[Matérias] Por dentro do Brasil nuclear
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[Matérias] Por dentro do Brasil nuclear
Por dentro do Brasil nuclear
Novas usinas, biombos, segurança máxima, o submarino, a espionagem industrial, uma briga internacional: Galileu visitou as instalações de enriquecimento de urânio em Resende, RJ, para traçar o tortuoso caminho que pode levar o País a ser uma potência atômica
Pablo Nogueira
Fotos: Ricardo Corrêa
Numa era abarrotada de imagens digitais, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) lutam pelo direito à invisibilidade. Na entrada das instalações que a estatal possui perto de Resende, cidade a 146 quilômetros do Rio de Janeiro, uma placa afixada no portão principal avisa que lá dentro é proibido o uso de filmadoras, máquinas fotográficas, CDs, gravadores, pendrives, celulares com câmera e laptops. Quem chega à portaria carregando algum desses itens é convidado a declará-los e entregá-los à segurança. Sacolas, bolsas e até motores de veículos são revistados. Só por garantia.
A explicação para tanta aversão à informação visual fica a 3 quilômetros dali, no edifício de fabricação de combustível. No final de um dos corredores internos, há uma portaria envidraçada, onde se encontra outra placa. Mede 1 por 6 metros, tem fundo amarelo e um texto curto que pode ajudar a definir o futuro energético do País: "Enriquecimento tópico de urânio".
O objetivo do aparato de segurança é garantir que o mundo, ou pelo menos a maior parte dele, continue ignorando o aspecto das ultracentrífugas que operam no local. O equipamento é peça fundamental para a produção de urânio enriquecido, o elemento crítico para o desenvolvimento da energia nuclear e que o Brasil será capaz de produzir em larga escala a partir deste ano.
Depois que o aquecimento global transformou em vilãs as usinas movidas a carvão - responsáveis por gerar a maior parte da eletricidade usada no mundo -, o debate sobre o aumento no uso do poder atômico tem sido travado em diversos pontos do globo. A Índia está construindo quatro novas usinas; a China, cinco. Os EUA voltaram a debater o assunto após mais de 30 anos sem planejar nenhum novo reator.
"Hoje a energia nuclear é vista como uma alternativa para limitar as emissões de CO². Nosso interesse está dentro dessa tendência mundial", diz Drausio Atalla, supervisor da presidência da Eletronuclear, empresa estatal responsável pelas futuras obras de Angra 3 e das quatro novas usinas que o Brasil pretende montar até 2030, ao custo de mais de R$ 20 bilhões.
Fonte: Revista Galileu
Edição 215
Junho de 2009
Novas usinas, biombos, segurança máxima, o submarino, a espionagem industrial, uma briga internacional: Galileu visitou as instalações de enriquecimento de urânio em Resende, RJ, para traçar o tortuoso caminho que pode levar o País a ser uma potência atômica
Pablo Nogueira
Fotos: Ricardo Corrêa
Numa era abarrotada de imagens digitais, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) lutam pelo direito à invisibilidade. Na entrada das instalações que a estatal possui perto de Resende, cidade a 146 quilômetros do Rio de Janeiro, uma placa afixada no portão principal avisa que lá dentro é proibido o uso de filmadoras, máquinas fotográficas, CDs, gravadores, pendrives, celulares com câmera e laptops. Quem chega à portaria carregando algum desses itens é convidado a declará-los e entregá-los à segurança. Sacolas, bolsas e até motores de veículos são revistados. Só por garantia.
A explicação para tanta aversão à informação visual fica a 3 quilômetros dali, no edifício de fabricação de combustível. No final de um dos corredores internos, há uma portaria envidraçada, onde se encontra outra placa. Mede 1 por 6 metros, tem fundo amarelo e um texto curto que pode ajudar a definir o futuro energético do País: "Enriquecimento tópico de urânio".
O objetivo do aparato de segurança é garantir que o mundo, ou pelo menos a maior parte dele, continue ignorando o aspecto das ultracentrífugas que operam no local. O equipamento é peça fundamental para a produção de urânio enriquecido, o elemento crítico para o desenvolvimento da energia nuclear e que o Brasil será capaz de produzir em larga escala a partir deste ano.
Depois que o aquecimento global transformou em vilãs as usinas movidas a carvão - responsáveis por gerar a maior parte da eletricidade usada no mundo -, o debate sobre o aumento no uso do poder atômico tem sido travado em diversos pontos do globo. A Índia está construindo quatro novas usinas; a China, cinco. Os EUA voltaram a debater o assunto após mais de 30 anos sem planejar nenhum novo reator.
"Hoje a energia nuclear é vista como uma alternativa para limitar as emissões de CO². Nosso interesse está dentro dessa tendência mundial", diz Drausio Atalla, supervisor da presidência da Eletronuclear, empresa estatal responsável pelas futuras obras de Angra 3 e das quatro novas usinas que o Brasil pretende montar até 2030, ao custo de mais de R$ 20 bilhões.
Fonte: Revista Galileu
Edição 215
Junho de 2009
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